Memória descritiva e infografia final

A escolha do tema

   A presente memória descritiva explica e contextualiza detalhadamente as várias etapas da terceira proposta de trabalho. O objetivo do trabalho consistia em realizar uma infografia de tema livre de forma a explorar este meio enquanto linguagem informativa.

 “A infografia é um novo tipo de discurso que, quando bem construído, mescla texto e ilustração numa unidade de espaço autossuficiente na sua capacidade de informar” (Collen, 1998).

   Esta citação simboliza o objetivo primordial que, desde logo, delineamos para o nosso projecto: desenvolver a capacidade de comunicação visual de informação. Por outras palavras, informar e apelar visualmente a atenção do leitor.

   Perante a panóplia de temas à nossa escolha e dada a dificuldade em selecionar aquele que viria a ser o nosso tema de trabalho optamos por, primeiramente, fazer uma pesquisa de infografias e recolher artigos que poderiam servir de base para o trabalho. Efectuada a pesquisa, decidimos realizar uma infografia sobre a gastronomia do Norte por ser uma das principais imagens de marca da região. Por outro lado, trata-se de um tema com bastante informação, não correndo o risco de nos faltar conteúdo para a realização da infografia.

   Já selecionado o grande tema do trabalho – a gastronomia típica da região Norte – foi altura de escolher os pratos de cada distrito. Assim sendo, para os sete distritos  – Viana do Castelo, Braga, Porto, Vila Real, Bragança, Aveiro e Viseu – selecionamos os pratos típicos de cada região. Primeiramente, a informação que consideramos incluir na infografia passava por explicar quais os ingredientes de cada prato. Contudo, dada a grande diversidade de ingredientes a infografia poderia ser te tornar excessivamente informativa. Neste sentido, optamos por incluir outro tipo de informação – curiosidades sobre cada prato típico. A verdade é que a gastronomia não é feita única e exclusivamente de sabores – é feita também de histórias. De facto, após uma breve pesquisa da internet foi possível encontrar múltiplas curiosidades sobre cada prato. Tratam-se de factos curiosos e que, provavelmente, captam mais a atenção do leitor do que uma infografia com referência apenas a ingredientes. Toda a informação recolhida e que serviu, posteriormente, de base para a infografia pode ser consultada nos seguintes links:

https://www.visitportugal.com

http://www.portugal.gastronomias.com/

 

A infografia – descrição de elementos e técnicas de comunicação visual

  O elemento central da infografia é o mapa ilustrativo da região Norte (figura 1). É a partir do mapa que o leitor identifica os diferentes distritos e os respetivos pratos típicos. No fundo, é o elemento chave da infografia e da qual parte toda a informação. De seguida, encontram-se as ilustrações respetivas aos setes elementos (pratos típicos) de cada região.

Mapa

Figura 1: Mapa ilustrativo da região Norte com os sete pratos típicos representados;

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Figura 2: Cristas de Galo (Vila Real);

Oves moles

Figura 3: Oves Moles (Aveiro);

 

 

 

 

 

 

 

Torta de Viana

Figura 4: Torta de Viana (Viana do Castelo);

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Figura 5: Feijoada à transmontana (Bragança);

 

 

 

 

 

 

 

Francesinha

Figura 6: Francesinha (Porto);

Bacalhau à Narcisa

Figura 7: Bacalhau à Narcisa (Braga);

 

 

 

 

 

 

Sopa da Beira

Figura 8 – Sopa da Beira (Viseu);

 

A infografia – as técnicas de comunicação visual

“As técnicas visuais oferecem ao designer uma grande variedade de meios para a expressão” (DONDIS, Donis A. ; A sintaxe da linguagem visual).

   Esta citação foi uma forte base de inspiração que acompanhou todas as propostas de trabalho, inclusive durante a realização da infografia nos aspetos que de seguida passamos a explicar.

   Considerado um dos elementos mais importantes das técnicas visuais, procuramos que a nossa infografia fosse dotada de equilíbrio, de forma a conferir alguma estabilidade e ordem entre todos os elementos. Efetivamente, não queríamos que nenhum dos pratos tivesse um especial destaque, pelo qual houve uma constante preocupação em garantir a neutralidade e, consequente, uniformidade dos elementos. Esta regularidade entre os elementos, expressou-se numa simplicidade que, desde logo, procuramos estabelecer. Uma infografia, enquanto linguagem informativa, deve ser algo simples e pouco complexa, de forma a que o leitor capte rapidamente a informação que lhe é transmitida. Foi um dos aspectos que mais tivemos em conta, pois se uma infografia se tornar excessivamente complexa e informativa, pode dispersar a atenção do leitor, levando ao seu desinteresse. Nesse sentido, procuramos que a infografia tivesse unidade, isto é, que fosse vista como um todo: “a junção de muitas unidades deve harmonizar-se de modo tão completo que passe a ser vista e considerada como uma única coisa.” (DONDIS, Donis A. ; A sintaxe da linguagem visual).

   Por outro lado, para que o observador tivesse a máxima resposta a partir de elementos simples e mínimos, conferimos uma minimização à infografia em detrimento da profusão. Ao utilizar elementos mínimos e pouco confusos, sem excesso de informação, a infografia tornou-se visualmente mais apelativa. Como referido anteriormente, a ideia original do trabalho consistia em mostrar os ingredientes que compõem os sete pratos. No entanto, apercebemo-nos que tal poderia tornar a infografia exageradamente informativa, daí se ter optado por algo mais sucinto e igualmente apelativo.

   Em suma, o objetivo primordial consistia em criar um trabalho infográfico que tivesse coerência e uniformidade. Esta estabilidade, aliado ao facto de se terem incluído elementos simples e básicos, estabeleceu uma simplicidade na infografia, que permitiu uma comunicação visual mais apelativa e dinâmica.

Conclusões finais

   A realização da terceira proposta de trabalho possibilitou desenvolver e aperfeiçoar capacidades técnicas que até aqui tinham vindo a ser desenvolvidas ao longo do semestre. Contudo, mais do que aperfeiçoamento de técnicas, este trabalhou demonstrou a extrema importância que a infografia assume nos dias de hoje.

   De facto, a infografia tem-se afirmado como um importante meio de linguagem informativa, sendo cada vez mais utilizada na comunidade jornalística. “ A comunicação têm-se esforçado muito por descobrir novas virtudes no jornalismo contemporâneo. Muitos destes esforços incidem sobre a apologética da Infografia, um tema hype que está muito em moda no sector do Design Editorial e do Design de Comunicação”. (Caderno de Tipografia e Design; Dezembro 2009; Página 19).

   Esta ideia pode ser resumida numa frase de Alberto Cairo, especialista em design e artes visuais, “A infografia não é uma linguagem do futuro, é uma linguagem do presente“. Efetivamente são poucos os sites de notícias que não utilizam infografias. Todos os grandes jornais dispõem nas suas páginas online trabalhos infográficos sobre os mais variados temas.

 Concluindo, durante o processo de construção da infografia foi possível perceber como este meio pode funcionar como um importante forma de linguagem informativa. De facto, a infografia não é apenas mais um trabalho feito por um designer. É um trabalho que tem a capacidade de aliar a comunicação visual com o dever do jornalismo – a informação.  Em suma, durante a realização da terceira proposta de trabalho foi possível compreender que a infografia funciona como um excelente elo de ligação entre o mundo do jornalismo e o mundo de design. Uma ligação que para muitos seria improvável, mas que a infografia tem vindo a provar que é possível existir. A infografia é isso mesmo – “é a aplicação das regras do desenho gráfico para contar histórias”. (Alberto Cairo).

ALTERAÇÕES DO TRABALHO: 

    Na medida em que o prazo de entrega do trabalho foi adiado, houve a possibilidade de trabalhar alguns aspetos da infografia que consideramos que poderiam ser melhorados. A disposição da informação foi uma delas. Os factos sobre cada prato deixaram de estar incluídos numa só tabela e passaram a estar mais dispersos. De facto, a condensação de informação que se verificava na infografia anterior tornava-se pouca apelativa, pelo que esta mudança resultou visualmente muito bem. Contudo, o mapa ilustrativo dos sete distritos continuou a ser o elemento central de todo o trabalho. Neste sentido, o mapa ficou colocado logo no início da infografia para que o leitor percebesse de imediato de que tema se estava a tratar. Por fim, decidimos dar um maior destaque os pratos típicos, não fossem eles a “identidade” de toda a infografia. Deste modo, optamos por juntar a ilustração de cada um deles junto das respetivas curiosidades. Em suma, foram estas as principais alterações que consideramos que poderiam, efectivamente, melhorar o resultado final da infografia.

Infografia final

FIM

Recolha de exemplos

   Uma das tarefas da terceira proposta de trabalho consistia em recolher exemplos de trabalhos infográficos. Neste sentido, foram recolhidas diversas infografias que foram, posteriormente, separadas segundo as várias áreas (política, economia, saúde, gastronomia, etc). O grupo procurou, em especial, recolher exemplos em sites noticiosos, visto que a infografia jornalística está cada vez mais presente no mundo do jornalismo. A seguinte afirmação de Alberto Cairo, especialista em design e artes visuais, comprova isso mesmo.

“A infografia não é uma linguagem do futuro, é uma linguagem do presente”.

   De facto, são poucos os sites de notícias que não utilizam infografias. Todos os grandes jornais (Público, Jornal de Notícias, Diário de Notícias, Económico, etc) dispõem nas suas páginas online infografias sobre os mais variados temas. Algumas delas, são até interactivas (*ver links abaixo).

“A infografia é a aplicação das regras do desenho gráfico para contar histórias. Assim, se se contam histórias jornalísticas pelo meio do desenho gráfico, isso é um género jornalístico, sem dúvida”. (Alberto Cairo)

INFOGRAFIAS INTERATIVAS

http://www.publico.pt/multimedia/infografia/o-avanco-da-desertificacao-no-mundo-74

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http://www.jn.pt/infografias/970/interior/para-la-do-marao-ja-nao-mandam-so-os-que-la-estao-5098996.html

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http://www.jn.pt/infografias/970/interior/esclareca-as-suas-duvidas-sobre-o-zika-5007820.html

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OUTRAS INFOGRAFIAS JORNALÍSTICAS

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(Económico)

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(Económico)

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(Jornal de notícias)

INFOGRAFIAS POR TEMAS

POLÍTICA E ECONOMIA

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politica2

SAÚDE E DESPORTO

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GASTRONOMIA

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CONTENIDO INOGRAFIA

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CELEBRIDADES

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MARCAS

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 marcas3

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A teoria da cor

   Antes de avançar com a parte prática da proposta, o grupo achou conveniente fazer uma breve contextualização sobre a teoria da cor, não fosse este um dos elementos visuais mais importantes. A cor não transmite apenas a sensação de beleza, possui muitos outros significados. Em trabalhos infográficos a cor é, de facto, extremamente importante para comunicar uma determinada mensagem.

   A teoria das cores envolve diversos estudos e experiências relacionadas com a associação entre a luz a e a natureza das cores. A nossa visão é a responsável pela percepção das cores e é pela luz que essa mesma percepção se pode fazer. No seu conjunto, o olho humano, envia ao cérebro a informação necessária para a reconstituição subjectiva de uma quantidade incontável de matizes e tons. “A tarefa do olho e do cérebro é muitíssimo diferente da de uma máquina fotográfica ou de um vídeo, que se limitam simplesmente a converter objectos em imagens (…) Ver objectos envolve muitas fontes de informação além daquelas que se apresentam ao olho quando olhamos para um objecto” (em “Olho e Cérebro, a Psicologia da Visão”, Zahar editores, Rio de Janeiro, 1979)

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O olho humano consegue fornecer ao cérebro a informação necessária para a reconstituição subjectiva de uma quantidade incontável de matizes e tons.

   O processo pelo qual nos apercebemos das cores foi descoberto por Newton no ano de 1666. O físico inglês estudou o fenómeno de difracção, que consiste na decomposição da luz solar em várias cores. Newton fez passar um raio de luz branca através de um prisma triangular transparente obtendo um conjunto de cores (espectro) que ia do vermelho ao violeta – as mesmas cores que se vêem no arco-íris.

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Experiência de Newton – Refracção da luz

   O espectro (imagem da direita) é formado pela união das cores vermelho, laranja, amarelo, verde, azul, anil e violeta. As sete cores que compõem a luz do sol e que formam o arco-íris. O círculo cromático (imagem da esquerda) contém 12 diferentes cores, que ajudam a visualizar as cores primárias, secundárias e terciárias que formam o espectro visível. O branco e o preto são apenas resultado da presença ou ausência de luz.

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Tom, Valor e Saturação

   São estas as três qualidades que nos permite diferenciar as cores: o tom, o valor e a saturação. O O tom é a qualidade que designa a cor; aquilo que distingue uma cor da outra. Se chamamos azul ou vermelho a uma cor estamos a referir-nos ao tom. Se dois azuis forem distintos um do outro, ou seja, um mais escuro e outro mais claro, estamos a falar do seu valor. Por último, a saturação encontra-se directamente relacionada com a luminosidade, ou seja, o facto de uma cor ser mais ou menos brilhante.

Exemplos de infografias

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A infografia

   A Infografia está cada vez mais presente no meio jornalístico. A infografia (neologismo derivado do termo norte-americano «infographics» – contracção de «information» e «graphics») é uma forma de representação visual que facilita a compreensão de conteúdo. Uma infografia procura, assim, explicar um determinado conteúdo ou matéria para o leitor de forma simples e intuitiva, uma vez que o texto escrito dificultaria o seu entendimento.

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  Segundo Paulo Heitlinger, “ a rápida degradação do jornalismo (…) com continuadas perdas de qualidade e seriedade provocadas essencialmente pelo controlo dos EUA sobre os meios de comunicação a nível mundial, muitos comentadores, teóricos e «especialistas» da Comunicação têm-se esforçado muito por descobrir novas virtudes no jornalismo contemporâneo. Muitos destes esforços incidem sobre a apologética da Infografia, um tema hype que está muito em moda no sector do Design Editorial e do Design de Comunicação”. (Caderno de Tipografia e Design; Dezembro 2009; Página 19).

   O discurso de Paulo Heitlinger comprova que a infografia jornalística tem vindo a ganhar importância. Enquanto matéria jornalística, a infografia utiliza os mais diversos recursos (mapas, gráficos, ilustrações, etc) para transmitir a mensagem de uma forma simplificada. “É comum descrever uma peça de infografia como algo que combina imagens, diagramas, ícones e textos para criar uma informação ampla e precisa, para o qual um discurso textual resultaria mais complexo e precisaria de mais espaço” (Caderno de Tipografia e Design; Dezembro 2009; Página 21).

   Em suma, a infografia funciona como uma importante linguagem informativa. A informação é apresentada visualmente, procurando despertar a reação do público. Em tempos de jornalismo em mudança, as maneiras de se transmitir notícias também sofrem alterações. A aposta em trabalhos tipográficos é exemplo disso.

“El lenguaje visual es una herramienta fundamental para construir la sociedad del conocimiento.” Joan Costa