Memória descritiva e infografia final

A escolha do tema

   A presente memória descritiva explica e contextualiza detalhadamente as várias etapas da terceira proposta de trabalho. O objetivo do trabalho consistia em realizar uma infografia de tema livre de forma a explorar este meio enquanto linguagem informativa.

 “A infografia é um novo tipo de discurso que, quando bem construído, mescla texto e ilustração numa unidade de espaço autossuficiente na sua capacidade de informar” (Collen, 1998).

   Esta citação simboliza o objetivo primordial que, desde logo, delineamos para o nosso projecto: desenvolver a capacidade de comunicação visual de informação. Por outras palavras, informar e apelar visualmente a atenção do leitor.

   Perante a panóplia de temas à nossa escolha e dada a dificuldade em selecionar aquele que viria a ser o nosso tema de trabalho optamos por, primeiramente, fazer uma pesquisa de infografias e recolher artigos que poderiam servir de base para o trabalho. Efectuada a pesquisa, decidimos realizar uma infografia sobre a gastronomia do Norte por ser uma das principais imagens de marca da região. Por outro lado, trata-se de um tema com bastante informação, não correndo o risco de nos faltar conteúdo para a realização da infografia.

   Já selecionado o grande tema do trabalho – a gastronomia típica da região Norte – foi altura de escolher os pratos de cada distrito. Assim sendo, para os sete distritos  – Viana do Castelo, Braga, Porto, Vila Real, Bragança, Aveiro e Viseu – selecionamos os pratos típicos de cada região. Primeiramente, a informação que consideramos incluir na infografia passava por explicar quais os ingredientes de cada prato. Contudo, dada a grande diversidade de ingredientes a infografia poderia ser te tornar excessivamente informativa. Neste sentido, optamos por incluir outro tipo de informação – curiosidades sobre cada prato típico. A verdade é que a gastronomia não é feita única e exclusivamente de sabores – é feita também de histórias. De facto, após uma breve pesquisa da internet foi possível encontrar múltiplas curiosidades sobre cada prato. Tratam-se de factos curiosos e que, provavelmente, captam mais a atenção do leitor do que uma infografia com referência apenas a ingredientes. Toda a informação recolhida e que serviu, posteriormente, de base para a infografia pode ser consultada nos seguintes links:

https://www.visitportugal.com

http://www.portugal.gastronomias.com/

 

A infografia – descrição de elementos e técnicas de comunicação visual

  O elemento central da infografia é o mapa ilustrativo da região Norte (figura 1). É a partir do mapa que o leitor identifica os diferentes distritos e os respetivos pratos típicos. No fundo, é o elemento chave da infografia e da qual parte toda a informação. De seguida, encontram-se as ilustrações respetivas aos setes elementos (pratos típicos) de cada região.

Mapa

Figura 1: Mapa ilustrativo da região Norte com os sete pratos típicos representados;

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Figura 2: Cristas de Galo (Vila Real);

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Figura 3: Oves Moles (Aveiro);

 

 

 

 

 

 

 

Torta de Viana

Figura 4: Torta de Viana (Viana do Castelo);

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Figura 5: Feijoada à transmontana (Bragança);

 

 

 

 

 

 

 

Francesinha

Figura 6: Francesinha (Porto);

Bacalhau à Narcisa

Figura 7: Bacalhau à Narcisa (Braga);

 

 

 

 

 

 

Sopa da Beira

Figura 8 – Sopa da Beira (Viseu);

 

A infografia – as técnicas de comunicação visual

“As técnicas visuais oferecem ao designer uma grande variedade de meios para a expressão” (DONDIS, Donis A. ; A sintaxe da linguagem visual).

   Esta citação foi uma forte base de inspiração que acompanhou todas as propostas de trabalho, inclusive durante a realização da infografia nos aspetos que de seguida passamos a explicar.

   Considerado um dos elementos mais importantes das técnicas visuais, procuramos que a nossa infografia fosse dotada de equilíbrio, de forma a conferir alguma estabilidade e ordem entre todos os elementos. Efetivamente, não queríamos que nenhum dos pratos tivesse um especial destaque, pelo qual houve uma constante preocupação em garantir a neutralidade e, consequente, uniformidade dos elementos. Esta regularidade entre os elementos, expressou-se numa simplicidade que, desde logo, procuramos estabelecer. Uma infografia, enquanto linguagem informativa, deve ser algo simples e pouco complexa, de forma a que o leitor capte rapidamente a informação que lhe é transmitida. Foi um dos aspectos que mais tivemos em conta, pois se uma infografia se tornar excessivamente complexa e informativa, pode dispersar a atenção do leitor, levando ao seu desinteresse. Nesse sentido, procuramos que a infografia tivesse unidade, isto é, que fosse vista como um todo: “a junção de muitas unidades deve harmonizar-se de modo tão completo que passe a ser vista e considerada como uma única coisa.” (DONDIS, Donis A. ; A sintaxe da linguagem visual).

   Por outro lado, para que o observador tivesse a máxima resposta a partir de elementos simples e mínimos, conferimos uma minimização à infografia em detrimento da profusão. Ao utilizar elementos mínimos e pouco confusos, sem excesso de informação, a infografia tornou-se visualmente mais apelativa. Como referido anteriormente, a ideia original do trabalho consistia em mostrar os ingredientes que compõem os sete pratos. No entanto, apercebemo-nos que tal poderia tornar a infografia exageradamente informativa, daí se ter optado por algo mais sucinto e igualmente apelativo.

   Em suma, o objetivo primordial consistia em criar um trabalho infográfico que tivesse coerência e uniformidade. Esta estabilidade, aliado ao facto de se terem incluído elementos simples e básicos, estabeleceu uma simplicidade na infografia, que permitiu uma comunicação visual mais apelativa e dinâmica.

Conclusões finais

   A realização da terceira proposta de trabalho possibilitou desenvolver e aperfeiçoar capacidades técnicas que até aqui tinham vindo a ser desenvolvidas ao longo do semestre. Contudo, mais do que aperfeiçoamento de técnicas, este trabalhou demonstrou a extrema importância que a infografia assume nos dias de hoje.

   De facto, a infografia tem-se afirmado como um importante meio de linguagem informativa, sendo cada vez mais utilizada na comunidade jornalística. “ A comunicação têm-se esforçado muito por descobrir novas virtudes no jornalismo contemporâneo. Muitos destes esforços incidem sobre a apologética da Infografia, um tema hype que está muito em moda no sector do Design Editorial e do Design de Comunicação”. (Caderno de Tipografia e Design; Dezembro 2009; Página 19).

   Esta ideia pode ser resumida numa frase de Alberto Cairo, especialista em design e artes visuais, “A infografia não é uma linguagem do futuro, é uma linguagem do presente“. Efetivamente são poucos os sites de notícias que não utilizam infografias. Todos os grandes jornais dispõem nas suas páginas online trabalhos infográficos sobre os mais variados temas.

 Concluindo, durante o processo de construção da infografia foi possível perceber como este meio pode funcionar como um importante forma de linguagem informativa. De facto, a infografia não é apenas mais um trabalho feito por um designer. É um trabalho que tem a capacidade de aliar a comunicação visual com o dever do jornalismo – a informação.  Em suma, durante a realização da terceira proposta de trabalho foi possível compreender que a infografia funciona como um excelente elo de ligação entre o mundo do jornalismo e o mundo de design. Uma ligação que para muitos seria improvável, mas que a infografia tem vindo a provar que é possível existir. A infografia é isso mesmo – “é a aplicação das regras do desenho gráfico para contar histórias”. (Alberto Cairo).

ALTERAÇÕES DO TRABALHO: 

    Na medida em que o prazo de entrega do trabalho foi adiado, houve a possibilidade de trabalhar alguns aspetos da infografia que consideramos que poderiam ser melhorados. A disposição da informação foi uma delas. Os factos sobre cada prato deixaram de estar incluídos numa só tabela e passaram a estar mais dispersos. De facto, a condensação de informação que se verificava na infografia anterior tornava-se pouca apelativa, pelo que esta mudança resultou visualmente muito bem. Contudo, o mapa ilustrativo dos sete distritos continuou a ser o elemento central de todo o trabalho. Neste sentido, o mapa ficou colocado logo no início da infografia para que o leitor percebesse de imediato de que tema se estava a tratar. Por fim, decidimos dar um maior destaque os pratos típicos, não fossem eles a “identidade” de toda a infografia. Deste modo, optamos por juntar a ilustração de cada um deles junto das respetivas curiosidades. Em suma, foram estas as principais alterações que consideramos que poderiam, efectivamente, melhorar o resultado final da infografia.

Infografia final

FIM

Recolha de exemplos

   Uma das tarefas da terceira proposta de trabalho consistia em recolher exemplos de trabalhos infográficos. Neste sentido, foram recolhidas diversas infografias que foram, posteriormente, separadas segundo as várias áreas (política, economia, saúde, gastronomia, etc). O grupo procurou, em especial, recolher exemplos em sites noticiosos, visto que a infografia jornalística está cada vez mais presente no mundo do jornalismo. A seguinte afirmação de Alberto Cairo, especialista em design e artes visuais, comprova isso mesmo.

“A infografia não é uma linguagem do futuro, é uma linguagem do presente”.

   De facto, são poucos os sites de notícias que não utilizam infografias. Todos os grandes jornais (Público, Jornal de Notícias, Diário de Notícias, Económico, etc) dispõem nas suas páginas online infografias sobre os mais variados temas. Algumas delas, são até interactivas (*ver links abaixo).

“A infografia é a aplicação das regras do desenho gráfico para contar histórias. Assim, se se contam histórias jornalísticas pelo meio do desenho gráfico, isso é um género jornalístico, sem dúvida”. (Alberto Cairo)

INFOGRAFIAS INTERATIVAS

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http://www.jn.pt/infografias/970/interior/para-la-do-marao-ja-nao-mandam-so-os-que-la-estao-5098996.html

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http://www.jn.pt/infografias/970/interior/esclareca-as-suas-duvidas-sobre-o-zika-5007820.html

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OUTRAS INFOGRAFIAS JORNALÍSTICAS

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(Económico)

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(Económico)

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(Jornal de notícias)

INFOGRAFIAS POR TEMAS

POLÍTICA E ECONOMIA

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SAÚDE E DESPORTO

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GASTRONOMIA

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CONTENIDO INOGRAFIA

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CELEBRIDADES

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MARCAS

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A teoria da cor

   Antes de avançar com a parte prática da proposta, o grupo achou conveniente fazer uma breve contextualização sobre a teoria da cor, não fosse este um dos elementos visuais mais importantes. A cor não transmite apenas a sensação de beleza, possui muitos outros significados. Em trabalhos infográficos a cor é, de facto, extremamente importante para comunicar uma determinada mensagem.

   A teoria das cores envolve diversos estudos e experiências relacionadas com a associação entre a luz a e a natureza das cores. A nossa visão é a responsável pela percepção das cores e é pela luz que essa mesma percepção se pode fazer. No seu conjunto, o olho humano, envia ao cérebro a informação necessária para a reconstituição subjectiva de uma quantidade incontável de matizes e tons. “A tarefa do olho e do cérebro é muitíssimo diferente da de uma máquina fotográfica ou de um vídeo, que se limitam simplesmente a converter objectos em imagens (…) Ver objectos envolve muitas fontes de informação além daquelas que se apresentam ao olho quando olhamos para um objecto” (em “Olho e Cérebro, a Psicologia da Visão”, Zahar editores, Rio de Janeiro, 1979)

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O olho humano consegue fornecer ao cérebro a informação necessária para a reconstituição subjectiva de uma quantidade incontável de matizes e tons.

   O processo pelo qual nos apercebemos das cores foi descoberto por Newton no ano de 1666. O físico inglês estudou o fenómeno de difracção, que consiste na decomposição da luz solar em várias cores. Newton fez passar um raio de luz branca através de um prisma triangular transparente obtendo um conjunto de cores (espectro) que ia do vermelho ao violeta – as mesmas cores que se vêem no arco-íris.

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Experiência de Newton – Refracção da luz

   O espectro (imagem da direita) é formado pela união das cores vermelho, laranja, amarelo, verde, azul, anil e violeta. As sete cores que compõem a luz do sol e que formam o arco-íris. O círculo cromático (imagem da esquerda) contém 12 diferentes cores, que ajudam a visualizar as cores primárias, secundárias e terciárias que formam o espectro visível. O branco e o preto são apenas resultado da presença ou ausência de luz.

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Tom, Valor e Saturação

   São estas as três qualidades que nos permite diferenciar as cores: o tom, o valor e a saturação. O O tom é a qualidade que designa a cor; aquilo que distingue uma cor da outra. Se chamamos azul ou vermelho a uma cor estamos a referir-nos ao tom. Se dois azuis forem distintos um do outro, ou seja, um mais escuro e outro mais claro, estamos a falar do seu valor. Por último, a saturação encontra-se directamente relacionada com a luminosidade, ou seja, o facto de uma cor ser mais ou menos brilhante.

Exemplos de infografias

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A infografia

   A Infografia está cada vez mais presente no meio jornalístico. A infografia (neologismo derivado do termo norte-americano «infographics» – contracção de «information» e «graphics») é uma forma de representação visual que facilita a compreensão de conteúdo. Uma infografia procura, assim, explicar um determinado conteúdo ou matéria para o leitor de forma simples e intuitiva, uma vez que o texto escrito dificultaria o seu entendimento.

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  Segundo Paulo Heitlinger, “ a rápida degradação do jornalismo (…) com continuadas perdas de qualidade e seriedade provocadas essencialmente pelo controlo dos EUA sobre os meios de comunicação a nível mundial, muitos comentadores, teóricos e «especialistas» da Comunicação têm-se esforçado muito por descobrir novas virtudes no jornalismo contemporâneo. Muitos destes esforços incidem sobre a apologética da Infografia, um tema hype que está muito em moda no sector do Design Editorial e do Design de Comunicação”. (Caderno de Tipografia e Design; Dezembro 2009; Página 19).

   O discurso de Paulo Heitlinger comprova que a infografia jornalística tem vindo a ganhar importância. Enquanto matéria jornalística, a infografia utiliza os mais diversos recursos (mapas, gráficos, ilustrações, etc) para transmitir a mensagem de uma forma simplificada. “É comum descrever uma peça de infografia como algo que combina imagens, diagramas, ícones e textos para criar uma informação ampla e precisa, para o qual um discurso textual resultaria mais complexo e precisaria de mais espaço” (Caderno de Tipografia e Design; Dezembro 2009; Página 21).

   Em suma, a infografia funciona como uma importante linguagem informativa. A informação é apresentada visualmente, procurando despertar a reação do público. Em tempos de jornalismo em mudança, as maneiras de se transmitir notícias também sofrem alterações. A aposta em trabalhos tipográficos é exemplo disso.

“El lenguaje visual es una herramienta fundamental para construir la sociedad del conocimiento.” Joan Costa

Tipografia final + Memória descritiva

Memória descritiva – “Cem mil portugueses não podem comer glúten”

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 A presente memória descritiva explica e contextualiza minuciosamente o desenvolvimento da segunda proposta de trabalho. Ao longo do projeto, procuramos aprofundar os nossos conhecimentos sobre aquele que é considerado um dos elementos mais importantes na área de design: a tipografia.

(Link do artigo – http://www.tvi24.iol.pt/sociedade/saude/cem-mil-portugueses-nao-podem-comer-gluten)

   Após a escolha do artigo, foram surgindo várias ideias para a realização da composição. Após algumas ponderações, chegamos à conclusão que a melhor forma de representar a doença celíaca seria efetivamente a espiga de trigo, na medida em que a doença é causada pela intolerância ao glúten, uma proteína que se pode encontrar no trigo. Para a espiga de trigo utilizamos as várias frases que compõem o artigo. Esta escolha tem, na verdade, um significado subjacente. Ao manter as frases que compõem o artigo procuramos representar a informação. Informação esta que não é divulgada o suficiente e à qual não lhe é atribuída a sua devida importância, mesmo tratando-se de uma doença que afeta um número substancial de portugueses. Na imagem abaixo pode-se encontrar a espiga de trigo, um dos elementos visuais centrais da composição.

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Figura 1: Elemento central da composição tipográfica – a espiga de trigo, visto que a doença celíaca é causada pela intolerância ao glúten, uma proteína que se pode encontrar no trigo. 

   Nesta fase surgiram algumas dúvidas em relação às cores a utilizar na composição, não fosse este um dos elementos mais importantes em design. De facto, as cores têm uma extrema importância visual e uma forte carga simbólica. Posto isto, foram realizados vários testes ao nível da cor. As imagens abaixo representadas correspondem às duas versões que foram selecionadas. As cores utilizadas na segunda versão foram as escolhidas para a composição tipográfica final, por serem cores mais fortes e apelativas, causando, assim, um maior impacto ao nível visual.

 

   Numa composição tipográfica, cada letra, cada palavra, cada sinal conta e faz a diferença. De facto, a escolha do tipo de letras que se vai utilizar faz toda a diferença para o público que recebe e perceciona a mensagem comunicada. Cada tipo de letras transmite, consoante as características da fonte, um conceito diferente. Assim, sabíamos que a escolha da fonte para a composição tipográfica não podia ser, de todo, aleatória e sem critério. Segundo uma das citações do designer James Felici, a beleza não está apenas na linguagem – está também presente na forma como é apresentada.

“Typography is what communication looks like.

There is beauty in the language and beauty in the way it is presented.” (James Felici)

   Neste sentido, e estando cientes que as letras funcionam como uma matéria visual de extrema importância, procuramos estar particularmente atentas no que diz respeito às fontes de letra. Contudo, e após algumas indecisões, optamos por utilizar uma fonte comum e simples – a fonte arial. Tal facto justifica-se pela simplicidade que procuramos prezar desde o início do projeto: sensibilizar as pessoas para uma doença desconhecida por muitos, mas fazê-lo de uma forma simples e subtil. Por outras palavras, a escolha da fonte de letra foi ao encontro de um dos valores que mais procuramos estimar ao longo do trabalho – a simplicidade, a singeleza, a naturalidade.

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Figura 4: Fonte de letra utilizada – Arial. 

   No entanto, e por saber que a maioria das pessoas não tem conhecimento da doença celíaca, surgiram algumas dúvidas relativamente à essência da mensagem e se esta seria inteiramente compreendida por parte do público. Deste modo, procuramos destacar a palavra que está na origem da doença – “Glúten”. Ao dar o devido destaque à palavra, diminuir-se-ia, assim, o risco de a mensagem comunicada não ser totalmente compreendida. Ao nível visual, decidíamos enfatizar a palavra através da conjugação de cores – fundo preto e preenchimento branco.

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Figura 5: A palavra “glúten” é a palavra de destaque da composição tipográfica. A doença celíaca é causada pela intolerância ao glúten, facto que é desconhecido por muitos. Assim, de forma a garantir que a mensagem era verdadeiramente compreendida, foi dado especial enfoque à palavra através do contraste preto-branco.

 

   Posto isto, ainda restavam algumas dúvidas relativamente à total compreensão da mensagem. Assim, já numa fase final do trabalho, decidimos colocar uma barra de cor vermelha sobre a espiga do trigo. Este sinal gráfico representaria, assim, a intolerância à proteína em questão. A ideia surgiu do logótipo da APC – Associação Portuguesa de Celíacos – que usa também uma barra vermelha de forma a representar a intolerância a glúten.

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Figura 6: A APC, Associação Portuguesa de Celíacos, utiliza o mesmo sinal gráfico (a barra vermelha sobre a espiga de trigo) de forma a simbolizar a intolerância ao glúten e que está na origem da doença celíaca. 

   Efetivamente, ao observar as duas versões da composição tipográfica verifica-se que na segunda a mensagem é transmitida de forma mais eficiente, já que na primeira há a forte possibilidade de o observador não entender inteiramente a verdadeira origem da doença celíaca. De facto, a barra vermelha sobre a espiga de trigo simboliza de forma mais eficaz e intuitiva a intolerância ao glúten. Desta forma, garantimos que a mensagem era compreendida na sua totalidade.

REFLEXÃO FINAL 

 “When I first started studying typography, I have to admit I found it tedious. It wasn’t until I managed to relate it to my own perception of the world that it started to fascinate me” (Jonathan Barnbrook, 1966 – )

   A realização da segunda proposta de trabalho permitiu a aquisição e consolidação de diversos conhecimentos ao nível tipográfico. Mais importante que isso, o presente trabalho possibilitou a descoberta daquele que é indubitavelmente um dos elementos mais importantes em design – a tipografia. De facto, a realização do segunda proposta de trabalho permitiu compreender a verdadeira importância da tipografia e a forma como esta está presente no nosso dia-a-dia. De facto, o conhecimento de elementos tipográficos é essencial aos designers, mas a verdade é que este imenso mundo tipográfico está em permanente contacto connosco durante o nosso quotidiano. Como explica Jonathan Barnbrook, designer gráfico britânico (1966 -), este apenas desenvolveu o interesse pela tipografia quando conseguiu relacioná-la com a sua própria perceção do mundo. E é este o verdadeiro fascínio da tipografia – descobrir como esta se encaixa em plena harmonia com o nosso mundo.

Escolha do texto

    Para iniciar o trabalho prático propriamente dito, tivemos primeiramente que selecionar um artigo ou notícia. O texto selecionado serviu de tema para a composição tipográfica. A notícia que por nós foi escolhida informa que cerca de cem mil portugueses são intolerantes ao glúten.

  A escolha do artigo foi, na verdade, bastante consensual visto que ambas temos conhecimento de pessoas que sofrem desta doença. Desta forma, com o presente trabalho, procuramos esclarecer de forma clara e sucinta o que é a doença celíaca e as várias limitações que os celíacos têm no seu quotidiano. Pretendemos, assim, criar uma forma de sensibilização por meios tipográficos, não fosse a tipografia uma linguagem capaz de evocar emoções para além das palavras faladas que esta simboliza.

(Link do artigo – http://www.tvi24.iol.pt/sociedade/saude/cem-mil-portugueses-nao-podem-comer-gluten)

Cem mil portugueses «não podem» comer glúten

Mas só oito mil casos estão diagnosticados no país

   Cerca de 100 mil pessoas deverão ter doença celíaca em Portugal, mas só oito mil estão diagnosticadas, segundo a associação que representa os doentes intolerantes ao glúten, escreve a Lusa.

    A Associação Portuguesa de Celíacos lamenta este sub diagnóstico, que em parte se deve ao preço das análises específicas para a detecção da doença e que não são comparticipadas pelo Serviço Nacional de Saúde.

  «Pode pagar-se 250 euros por análises necessárias para a doença num laboratório particular e não há comparticipação. Algumas destas análises nem existem no sistema informático dos médicos de centros de saúde», refere Marina Van Zeller, que será eleita presidente da associação este sábado.

   Outro dos problemas que enfrentam os celíacos é o preço dos alimentos isentos de glúten. Um pacote de massa sem glúten pode custar quase quatro euros, enquanto uma embalagem normal pode ficar por menos de 0,70 euros. «Há pessoas, sobretudo neste momento de crise, que estão a atravessar grandes dificuldades e para quem é difícil aceder a estes alimentos», alerta Marina Van Zeller. Contudo, o único tratamento para os doentes celíacos é uma dieta isenta em glúten, proteína presente em muitos cereais.

   No próximo ano, as principais cadeias de hipermercados em Portugal deverão começar a produzir produtos brancos sem glúten. «Isto vai baixar significativamente o preço dos produtos», congratula-se a nova presidente da Associação Portuguesa de Celíacos.

   Ao nível estatal as famílias podem contar com um abono suplementar de doença crónica, mas Marina Van Zeller teme que possa vir a ser cortado face ao contexto de restrição orçamental. «Não tenho conhecimento de pais a quem este abono tenha sido retirado aos seus filhos. Mas sabemos de alguns adultos a quem já foi retirado», conta à Lusa.

   A doença celíaca pode surgir em qualquer idade, mas o normal é aparecer entre os seis e os 20 meses. Nas crianças, os sintomas mais comuns são diarreira ou prisão de ventre crónica, vómitos ou distensão abdominal. Nos adultos, são anemia e aftas recorrentes, alterações dermatológicas e cansaço crónico.

   A Associação Portuguesa de Celíacos realiza este sábado, em Lisboa, um encontro em que pretende fazer uma demonstração de cozinha prática sem glúten.

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Recolha fotográfica

   À semelhança da primeira proposta, uma das tarefas que tivemos de realizar foi uma recolha fotográfica. Desta vez o tema incidia na tipografia. Na verdade, não nos faltaram exemplos para fotografar. Efetivamente, a tipografia está presente em todo o lado: jornais, embalagens, montras, caixas de multibanco, etc. Enfim, a tipografia encontra-se em tudo o que nos rodeia. Assim sendo, tornou-se fácil identificar e registar fotograficamente exemplos da utilização da tipografia em contexto real. As fotografias foram tiradas na Rua da Cedofeita, Porto.

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A anatomia da tipografia

   Nesta publicação são explicados alguns dos conceitos básicos da anatomia das letras. A presente terminologia é usada para identificar as partes das letras e também as relações das letras entre si. O glossário que de seguida apresentamos foi essencial para a aquisição de conhecimentos básicos no que diz respeito às elementos tipográficos.

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Haste : O principal traço vertical ou diagonal do glifo («tronco»), elemento essencial de muitas letras  minúsculas e  maiúsculas.

Travessa: Traço horizontal ou oblíquo ligado apenas por uma das extremidades à haste vertical principal de uma letra maiúscula ou minúscula. Também se pode chamar de braço ou barra.

Barriga: O traço curvo que circunda o olho da letra. As partes redondas de letras como B, D, P, R ou a parte superior do g.

Ombro: A parte de um traço curvo originado na haste, como nas letras  h, n, m, r, também chamado de rebarba.

Olho: A pequena área fechada (com um orifício) resultante do traçado de certas letras, como no o, no alto do ou no p.

Gancho: A parte baixa das letras g, j ou y, também chamada de volta, perna ou cauda.

Espora: A pequena volta de algumas letras, como na base do t.

Versalete: Tipo com a forma de versal (letra maiúscula, ou de caixa-alta), com a altura da letra de caixa-baixa da fonte a que pertence. As versaletes são muito úteis para animalar títulos de seções, para acentuar palavras e frases importantes no meio de sentenças ou para marcar o início de um parágrafo.

Ênfase (diagonais de orientação): Também chamada de eixo, é o ângulo de inclinação formado pela diagonal de orientação das letras de caixa-alta e caixa-baixa, como em C, G, O, ou em b, c, e, g, o, p e q. Não confundir com a orientação característica das variações em itálico.

Glossário completo: 

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Webgrafia:

http://www.artedavisaodcv.blogspot.pt
https://tipodesign.wordpress.com

História e evolução da tipografia

   Na segunda proposta de trabalho foi nos proposta a realização de uma composição, a partir de um artigo ou notícia, recorrendo unicamente a elementos tipográficos. Tendo como tema-base a tipografia, o grupo achou conveniente iniciar a proposta com uma breve contextualização teórica sobre o tema que apresentamos de seguida.

   A tipografia (do gregos typos — “forma” — e graphein — “escrita”) é a arte e o processo de criação na composição de um texto.

   De certa forma a tipografia recua à epóca da pré-história, quando os homens primitivos esculpiam os caracteres nas paredes das cavernas em forma de desenho, para representar as tarefas do seu cotidiano.

   Já no século XV, provavelmente o século de maior importância na história da tipografia, esta surgiu como sinónimo de impressão. A difusão da tipografia deve-se à invenção do alemão Gutenberg. A partir da revolução tecnológica operada por Gutenberg, a escrita passou a ficar duradouramente fixada em letras de chumbo. Assim, em vez de manu-scritos, passou-se a dar uso à tipo-grafia. A partir de então, foram os mestres tipógrafos que orientaram a evolução das letras. Com a fundição de tipos, passaram a existir letras fundidas (de founts – «fontes»). A invenção de Gutenberg permitiu o desenvolvimento da língua, cultura e das ciências por toda a Europa.

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O primeiro livro europeu num prelo, a Bíblia de 42 linhas, data o ano de 1455. Foi o primeiro livro europeu impresso por processo industrial, na oficina de Gutenberg.

   O século XVIII foi, igualmente, um século deveras importante na história da tipografia. O chamado século das luzes foi, de facto, uma época de ouro para a tipografia, na medida em que atribuiu  ao livro impresso um dos elementos fundamentais para o avanço intelectual e social. A tipografia britânica aparece como novo fator comercial na concorrência das potências da Europa.

   No início do século XIX a revolução industrial trouxe inovações importantes na tecnologia impressa. No século XX nasce a composição controlada por computador, através de montagens virtuais, que resultam na chapa para impressão, com a vantagem de eliminar a etapa das montagens em filme. No início do século XXI, já existe a impressão digital, isto é, impressão é feita diretamente do computador.

   Esta é apenas uma breve síntese das principais etapas da história da tipografia. Hoje, a tipografia é, indubitavelmente, um dos elementos mais importantes na comunicação dos projetos de gráficos de design.

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“The better people communicate, the greater will be the need for better typography – expressive typography.” (Herb Lubalin)

Webgrafia:

http://tipografos.net/historia/gutenberg.html

A teoria de gestalt

A teoria de Gestalt foi uma das matérias lecionadas em aula. Gestalt é uma palavra, de origem alemã, que significa “configuração” ou “forma total”. Surgiu no início do século passado, na Alemanha, e teve como principais expoentes Kurt Koffka (1886-1940), Wolfgang Köhler (1887-1967) e Max Werteimer (1880-1943).  A teoria defende que, para se compreender as partes, é preciso, previamente, compreender o todo. Por outras palavras, a nossa perceção não se dá por pontos isolados, mas sim por uma visão de um todo.

De seguida são explicados alguns dos principais fatores que determinam como nós agrupamos as coisas de acordo com a perceção visual. São eles:

Similaridade

Define que os objetos similares tendem a se agrupar. Objetos similares em forma, tamanho ou cor são mais facilmente interpretados como um grupo. Por outro lado, o mau uso da similaridade pode dificultar a perceção visual.

similaridade

Proximidade

Na proximidade, os elementos são agrupados de acordo com a distância a que se encontram uns dos outros. Os elementos que estão mais perto de outros numa região tendem a ser percebidos como um grupo, contrariamente se estiverem distante de seus similares.

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Continuidade

Se vários elementos de um quadro apontam para o mesmo canto, por exemplo, o resultado final irá apresentar mais naturalmente. O conceito de boa continuidade está ligado ao alinhamento, pois dois elementos alinhados passam a impressão de estarem relacionados.

continuidade

Pregnância

É chamada também de lei da simplicidade. Os objetos num ambiente são vistos da forma mais simples possível. Quanto mais simples, mais facilmente é assimilada.

pregnancia

Fechamento

No fechamento, os elementos que são agrupados parecem se completar, ou seja, nossa mente tende a ver um objeto completo, mesmo quando tal não se verifique. Por outras palavras, o nosso cérebro adiciona componentes que faltam para interpretar uma figura parcial como um todo.

fechamento

Simetria

Elementos simétricos são mais facilmente agrupados em conjuntos que os não simétricos. Tal como se pode observar na figura abaixo, as figuras são facilmente percebidas como um grupo, expecto a última figura que não é simétrica.

simetria

Experiência

A nossa perceção depende das nossas vivências, valores, experiências passadas ou memórias.

 Unidade

Na lei da unificação, mesmo uma imagem abstrata pode ser entendida pela mente humana, pois preenchemos os espaços.

unidade